O Instituto Tambor é um ateliê de instrumentos de percussão que produz manualmente cada tambor.
O Instituto Tambor é um ateliê de instrumentos de percussão que produz manualmente cada tambor.
Com todos os aparelhos de alta tecnologia existentes no momento, com um mundo cheio de possibilidades de comunicação à distância disponíveis para boa parte dos cidadãos do planeta, alguma coisa ainda se mantém intacta no campo das artes há séculos, como por exemplo, a inspiração, o sonho e a oralidade na transmissão do conhecimento. Foi assim com aprendizes e mestres na Era Medieval e assim continua no nosso Brasil, mesmo plugado e conectado à internet. Na origem de tudo, os primeiros passos foram solitários, muita curiosidade nos caminhos de um autodidata. O primeiro Mestre surgiu na figura do artesão Rômulo Nardes, primeira grande referência. Mestre de Ofício que identificou o potencial do jovem aprendiz e apontou o caminho da arte como forma de integração e integridade para um jovem da periferia da Grande São Paulo.
A história de Luiz Poeira e do Instituto Tambor são histórias de utopia, de muito estudo, aprendizado, dedicação e trabalho. Assim como sugere a frase de Nelson Mandela na abertura deste texto. Luiz Poeira se descobriu artista na juventude, acreditou que poderia escalar as montanhas do aprendizado e continua trilhando as cordilheiras do aperfeiçoamento. Cordilheira é uma cadeia de montanhas que parece interminável, assim como a arte em busca da perfeição, e mais ainda na arte da fabricação de tambores. Luiz Poeira não faz instrumentos, cria objetos de arte que ganham vida, fala e espírito nas mãos dos percussionistas das mais diversas nações e estilos.
“Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar.”
Nelson Mandela
A assinatura do Instituto Tambor no instrumento é o certificado de origem de um produto artesanal e único. Cada peça tem a sua própria marca individual registrada no entalhe de cada elemento.
Além do traço desenhado pelo formão em cada peça, o que compõe uma espécie de “DNA” ou assinatura feita na madeira, o Instituto Tambor também oferece a possibilidade de personalização de cada instrumento a partir da indicação do tema à ser gravado no corpo de cada peça.
Jovens artesãos começaram ou deram sentido ao seu trabalho com o apoio do Instituto Tambor. Hoje caminham com os próprios pés. Neste espaço, o Instituto Tambor deixa registrada a homenagem a Gabriel Alves Corrêa, mais conhecido como Delê, um aprendiz que deixou este plano precocemente aos 42 anos. Delê era um assistente dedicado e que nos últimos anos encontrou os caminhos do aperfeiçoamento na arte dos tambores. Delê faz falta e deixa saudade.